Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “A preocupação social”.
O que tenho feito para ajudar as pessoas mais necessitadas neste mundo?
Tenho feito tudo o que está ao meu alcance? O ensinamento cristão mostra que não podemos ser indiferentes com ninguém que esteja passando por alguma necessidade. Isso é assim, pois todos nós fazemos parte de uma única família, e o sofrimento de alguém deve ser um sofrimento também nosso.
O grande perigo que nos cerca é vivermos como se estivéssemos dentro de uma bolha: na bolha do nosso bem-estar, de uma vida boa e regalada, dentro de um padrão de vida alto e alheio a todo sofrimento humano. Como dizia alguém, há muitas pessoas que vivem como se estivessem dentro da Disneylândia e esquecem que o mundo está muito longe de ser uma Disneylândia.
Fiquei muito impressionado, há pouco tempo, lendo um livro que pode ser muito bom para despertar em nós um forte sentimento humanitário. Esse livro se chama “Sorrisos de Bombaim”. O autor, um jovem espanhol, conta como numa mera viagem de turismo à Índia deparou com uma realidade que jamais imaginava existir: milhões e milhões de pessoas vivendo numa situação de extrema indigência. Ficou tão tocado ao contemplar essa realidade que decidiu criar uma ONG para cuidar das crianças em Bombaim. Ele descreve essa viagem como um choque de realismo perante as condições do mundo. A certa altura, lembra que no mundo há “mais de um bilhão de pessoas que vivem apenas com um dólar por dia para toda a família (...) Dois bilhões de pessoas carecem de cuidados médicos e vinte mil pessoas no mundo morrem a cada dia por causa da pobreza. Dois terços da população que vive em condições de miséria extrema são menores de quinze anos (...) No mundo, o mesmo que qualificamos de desenvolvido e avançado, 866 milhões de pessoas são totalmente analfabetas, dois bilhões não dispõem de eletricidade, e oitenta por cento da população mundial não tem acesso às formas mais básicas de telecomunicações” (Sanrollente, J., Sorrisos de Bombaim, Ed. Larousse, 2009, p. 80).
Todos nós temos de estar muito agradecidos por dispor da condição de vida que Deus nos deu, e isso tem de produzir em nós, ao mesmo tempo, um forte sentimento de dívida perante as pessoas que não têm a nossa condição. Seria bom que cada um de nós pensássemos sobre o que poderíamos fazer pelas pessoas mais necessitadas. O que não falta hoje em dia são ONGs. Outro dia conversava com uma senhora que é secretária de uma ONG em São Paulo cujo site informa que as ONGs estão mais próximas do lugar onde moramos. Basta informar o CEP e o site mostra por ordem de distância todas as ONGs que estão em torno daquele lugar. Ela dizia que há muitos trabalhos que podem ser feitos para alguma ONG sem sair de casa, como traduções de textos, gravações etc.
Façamos o propósito de dilatar o nosso coração! Não podemos ficar indiferentes ao sofrimento de tantos e tantos. Quem tem mais meios econômicos tem de pensar sobre o que está fazendo com o seu dinheiro, se o está utilizando para o proveito pessoal ou para o bem da sociedade. Mas o trabalho voluntário é para todos, para os que têm mais e os que têm menos. E o principal, como sabemos, não é dar dinheiro, apesar de ele ser muito importante, mas dar o nosso tempo, os nossos braços. Esse é o espírito cristão!
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